Hum… Então, como é mesmo todo aquele ritual… Girar a taça…
Não é algo tão complexo assim no meu entender; ao passo que quanto mais informações adquirimos para nossa “memórioteca” e a subjetividade inerente à percepção de cada pessoa, uma certa dose de ansiedade pode apoderar-se de nós ao mesmo tempo que, a excitação e o desafio irão superá-la. Distinguir-se a diversidade de cores, aromas, sabores contidos numa taça de vinho…Nada que não seja possível aprender.
Então para degustar um vinho seguimos um ritual padrão, que você provavelmente já conhece ao menos em parte.
São três as etapas mais conhecidas e as que vamos focar agora;
Podemos examinar, analisar um vinho como apreciadores seguindo estes passos que são basicamente os mesmos de uma avaliação formal.
São as chamadas:
1. AVALIAÇÀO VISUAL
2. AVALIAÇÀO OLFATIVA
3. AVALIAÇÀO GUSTATIVA
Após engolir –se o gole de vinho ou não, podemos ainda perceber:
4. O RETROGOSTO
5. A PERSISTÊNCIA
Jancis Robinson, a qual aprecio muito, entre outras atividades relacionadas escreve sobre vinhos e coloca em terceiro lugar a AVALIAÇÃO VISUAL antecedida pela GUSTATIVA e a OLFATIVA. Realmente o vinho na taça pode visualmente mostrar informações, beleza das cores mas é nos aromas e sabores que se fará mais notado, aclamado por vezes. O importante é o conjunto pois aqui queremos aprender a curtir um bom vinho!
APRECIAR UM VINHO
Vamos fazer um exercício para degustar, que engloba por assim dizer as três primeiras etapas que listei acima mas, sem entrar em detalhes de cada uma. Apenas uma iniciação! Um aquecimento para familiarizar-se com o rito.
Numa taça para vinho, com pé alto, o bocal pouco menor que o bojo é adequada, já tendo escolhido o vinho de sua preferência, verta-o até menos da metade da taça ou ¼ dela apenas. Assim deixará espaço para a bebida arejar em contato com o ar, exalando os aromas bons ou nem tanto e por vezes dependendo do vinho podem quase não existir.
Sempre taças transparentes sem decoração que interfira na visibilidade da bebida; algumas trazemos de lembranças com a logomarca de vinícolas visitadas mas que não compromete uma degustação informal entre amigos.
Então contra um fundo claro ( pode ser uma folha de papel branco, um guardanapo) olhe a cor desde vinho, preste atenção; ela é mais intensa no centro e menos ao redor, tem diferentes tons? Com um vinho tinto facilitará essa observação. Dedique um momento a isto.
Ahaaamm … É agora, com a taça na mão faça movimentos circulares pequenos a fim de balançar girando o vinho dentro do copo. Auxilia a liberação de cheiros, aromas.
Agora leve a taça ao nariz e cheire, aspire (não vale tomar o gole ainda!) Eu gosto de cheirar, aspirar aos poucos, em curtas etapas e por último uma aspirada mais profunda e pouco mais longa. Ééé.. isso aí! Coragem! Ponha o nariz bem próximo do bocal da taça!
Sinta se tem aromas…. Você pode encontrar maravilhas…Ou não. Mas sem restrições dê nome ao cheiro que sentir mesmo que seja “grama molhada”, terra depois da chuva, cheiro de rolha, cheiro floral, aiii….tem que lembre ovo podre (sim, tomara que não encontre nunca!), frutas, maçã verde, marmelo e uma infinidade existentes percebidos por nossas capacidades olfativas e referências na memória. Isto é até divertido mas não devemos perder o propósito; avaliar o que estamos degustando. Algumas características serão de um vinho com defeitos, e outras boas, tudo de bom num vinho bom!
Para degustações técnicas existe um glossário que é observado pois se faz necessário um padrão para o bom entendimento nas avaliações. Vamos usá-lo mas nada impede que essas sensações sejam nominadas por nossas referências olfato-gustativas e memória.
E então prove um gole devagar e deixando-o na boca por uns segundos tentando sentir que sensações lhe transmite. Rascante, ou parece prender a língua (adstringente)… Ou cálido, macio, fresco, com sabor adocicado, ou seco… também umas dezenas, mais até vão revelar-se com o passar à regularidade um exercício destes. Preste atenção que sensações seu paladar percebe.
*** Em uma degustação formal, técnica você não toma o vinho, e sim cospe num recipiente o gole. Isso mesmo, cuspir o gole de vinho. Imagina tendo-se que degustar vários vinhos… Compromete suas papilas gustativas que ficam entorpecidas pelo teor de álcoól…
***Ahhh e se for um bom vinho? Desperdício…Parece mas se faz necessário dependendo da ocasião!
E, se você fizer este rito com apenas dois tipos de vinhos (por ex.: 2 tintos distintos) notará fácilmente as diferenças entre eles nestes aspectos.
***Isto é um exercício apenas, repito, para quem nunca tomou vinho com o propósito de observá-lo e apreciá-lo com um olhar diferenciado. Penso que você vai “cuspir” nobremente ou querer tomá-lo rsrsrs….Então programe-se em função de seus compromissos posteriores imediatos.
*** A regularidade de degustar facilitará revelar-se essa profusão perceptiva.
***A grande maioria dos vinhos devido à tecnologia e à cuidados com a higiene atualmente apresenta-se em boas condições para tomá-lo, em princípio.
Aprender a degustar não é sómente isto, mas basicamente os passos serão estes sempre; o que trará mais conhecimento será a gama de fatores a considerar dentro de cada uma destas etapas!
UN BUON INIZIO! SALUTE!